quarta-feira, 27 de maio de 2009

Breve Reflexão - charme

Outro dia parei um pouco pra sentir o mundo. E reparem que não digo "analisar", "olhar" ou "refletir sobre"... nada disso me traria conclusões que fizessem algum sentido. O mundo anda estranho, com o rumo que tomou. Não consigo (e nem quero) acompanhar os novos passos.
O mundo de hoje: um lugar onde o romantismo já não é mais praticado, tampouco é considerado uma qualidade. Se hoje, numa roda de amigos, onde o assunto principal (seja a época que for) é sempe o mesmo, mulheres, você conta garbosamente sobre às flores que comprou à sua companheira, ou ainda sobre como tão bravamente resistiu à tentação daquela mulher exacerbamente farta de volúpias, com certeza você vai ser a chacota do dia, do mês ou até mesmo do ano (dependendo do nível de "gostosura" da mulher).
Que me chamem de retrógrado, mas o mundo sem charme não é o que eu desejo. Prefiro viver assim, no meu mundinho só, mas cheio de charmes e devaneios, suspiros e flores com cartões, poesiase acalantadas declarações. Meu mundo, pra mim, é ideal, e eu sei que não vou viver nele sozinho pra sempre, afinal alguém um dia há de ter bom senso!
Vida boa era a dos velhos tempos, onde se achavam com facilidade os malandros, os boêmios, os românticos... aqueles sim, eram bons exemplos.
Às vezes (quase sempre), sinto que nasci na década errada, a nostalgia das épocas que nem vivi me acomede de tempos em tempos. É como disseram uma vez "tenho uma alma muito prolixa e uso pouco as palavras" (C. Lispector), minh'alma tem muito pra falar, tanto que é impossível (e desnecessário) pro corpo acompanhar, é preciso sentir.
Não gosto desse mundo sem charme que a gente sente hoje. Prefiro o meu, e quem quiser me acompanhar, que seja bem-vindo.

Vivre la vie avec charm