sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Arrependimento... fogo!

Sabe aquela sensação de querer voltar no tempo? De estar disposto a trocar tudo – ou pelo menos quase – por uma outra chance?

É, conheça o arrependimento.

Ele pode ser grande ou pequeno, contudo nunca é médio. Não dá pra se arrepender mais ou menos de alguma coisa. Ou você se arrepende muito – mas muito mesmo – ou então só se arrepende, mas nem tem tanta importância assim...

O grande problema é realmente se arrepender e não ter certeza se vai, ou não, poder ter uma outra chance. A incerteza é a mais afiada de todas as lâminas que existem, corta a carne a ferro e fogo, sem nunca cicatrizar.

Arrepender-se pelo que não fez. Pela falta de coragem. De atitude. De autoconfiança.

Não importa qual, o motivo é só o combustível, e o tempo comburente. Calor. Fogo.

Explosão.

O ponto é não deixar acumular comburente. Explodir, definitivamente, não é a melhor das opções.

Conclusão? Simples: arrependa-se, mas não morra arrependido. As chances podem até cair do céu. Se não caírem, bem... crie asas e vá buscá-las.

Um clichê, mas a vida ainda é uma só – até que me provem o contrário!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Desejos

Hoje me afloraram os desejos. Desejos dos mais variados que se podem ser sentidos. Tive hoje, mais do que nunca, vontade de você. Vontade do teu cheiro, da tua roupa, das tuas cores e da tua voz. Desejei o teu perfume, assim, bem perto de mim. Quis o teu calor, sentido pela minha pele. E aquelas tuas mãos, eu quis nas minhas. Senti um desejo intenso dos teus olhos, olhando nos meus, tão brilhantes, bem fundo, quase como uma declaração.
Hoje te desejei como nunca. Com toda a força. Toda a vontade. Quis-te em notas musicais, em poemas, em versos, em rimas, em palavras, em letras. Quero-te, até mesmo, em silêncio. Almejei uma noite estralada, tendo a areia da praia, tão fria, como cama. E pra esquentar, a tua companhia. E nesta mesma noite, te ver adormecer, tão tranqüila, como se nunca pudesse ser alcançada. E admirar cada traço do teu rosto, cada linha da tua boca. Cada sinal.
Quis, hoje, mais do que ontem, apresentar-te pros meus camaradas, podendo, com orgulho, dizer “eis a minha namorada”. Quis, ainda, poder te mandar flores, assim, só por mandar. E receber um sorriso que me faria levitar. Quis um abraço que até hoje não pude dar. Quis o sentimento que até hoje está a aguardar.

Desejei poder te ver só por ver. E, quem sabe, ter a sorte de escutar um “to com saudade!”, que com a minha alma iria mexer. Quis a tua boca roçando na minha nuca. O teu nariz encostado no meu. Quis, ainda, uma briga de casal. Dessas que todo mundo tem, de vez em quando. Só pra poder, no final, fazer as pazes te abraçando.

Tive vontade de te ver franzindo a testa, morta de ciúmes de uma amiga qualquer. Pra que depois, com um sorriso no rosto, eu te confessasse que pra mim, és tu a única mulher. Mas, mesmo assim, hoje, sobre todos os desejos que me vieram à tona, quis mais do que nunca ser teu. Pra que, desse modo, fosses minha. Hoje tive vontade dos teus beijos. Bem mais que ontem. Infinitamente menos que amanhã. Desejo a tua coragem. Desejo que vejas a realidade. Um desejo puro. Um desejo nu.

Desejo não desejar mais nada que não sejas tu...


Esse foi escrito há tempos atrás, para alguém que ainda hoje me provoca taquicardia.

Poema.

"Foram-se os amores que tive
ou me tiveram:
partiram
num cortejo silencioso e iluminado.
O tempo me ensinou
a não acreditar demais na morte
nem desistir da vida: cultivo
alegrias num jardim
onde estamos eu, os sonhos idos,
os velhos amores e seus segredos.
E a esperança - que rebrilha
como pedrinhas de cor entre as raízes."

(Secreta mirada, 1997)

Gosto de poemas. Não só pela métrica, pelas rimas ou neologismos.
Gosto, acima de tudo, do que me lembram. Este um, precisamente, me chega carregado de nostalgia.

E viva o saudosismo!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O Caminho

O caminho mais curto entre dois pontos é uma reta. A questão é que a vida não se trata de um simples caminho entre dois pontos. A vida é uma só, e a busca de um ponto certo seria um desperdício infinito das inúmeras opções que todos têm em seus caminhos.
Algumas pessoas se preocupam demais em fazer o que é certo, em fazer alguma coisa pra mudar o mundo, em ter uma atitude que seja notável.
Aí é que está: quanto mais coisas se faz, mais há para ser corrigido. A humanidade é errante. Os erros são belos, são eles que nos fazem aprender.
Aprenda que a vida não é das coisas que você faz, e sim daquelas que você deixa de fazer. A busca pela perfeição jamais terminará, mas é sempre bom tentar cometer o mínimo possível de erros. Concordam?

"
Na busca do conhecimento, todos os dias algo é adquirido,
Na busca do Tao, todos os dias algo é deixado para trás.
E cada vez menos é feito
até se atingir a perfeita não-ação.
Quando nada é feito, nada fica por fazer.
Domina-se o mundo deixando as coisas seguirem o seu curso.
E não interferindo."
Tao Te Ching 道德經 (Cap.48) - O Livro do Caminho e da sua Virtude

Declaro este blog, oficialmente, aberto.