domingo, 17 de abril de 2011

Perfecto


A perfeição. É de conhecimento de todos que ninguém, em absoluto, ninguém é perfeito. E com estas palavras, aviso logo que não vou contra essa idéia. O ser humano, por melhor que seja, nunca vai chegar sequer perto disso.
Meu ponto aqui é: adianta de que se utilizar dessa imperfeição da condição humana pra justificar a falta de empenho do indivíduo em tentar ser melhor do que é?
Não vou nem entrar no mérito daqueles que precisariam ser, na verdade, menos piores do que são. Mas, tomemos por exemplo um relacionamento afetivo. Tá... tá certo que você, menininha, nunca vai achar aquele Príncipe Encantado, loiro, alto, com sorriso colgate plax whitenning, que te abre a porta do carro, paga a conta e te deixa em casa sem esperar, pelo menos, um favor sexual – mesmo que futuro. E tampouco um homem vai achar uma mulher gostosíssima, que não fume, não beba, não seja sexualmente popular – se é que deu pra entender o eufemismo -, não saia pra noite e vire o cavalo do cão no pagode do Waguinho DB (mas credo!), e não venha querendo te levar pra igreja toda santa semana.
É claro que não vamos achar alguém perfeito, do jeito que a gente quer. Isso é ÓBVIO. A questão é que você não pode usar isso como desculpa pra não tentar se tornar melhor. Até porque, em um relacionamento, existe doação, entrega, cumplicidade. Por conseqüência, existem também expectativas. Você não vai querer que alguém continue lhe amando eternamente sem dar um motivo pra que seja assim! Adaptação. Esforço. Reconhecimento. Retribuição.
Esses dias li um texto que criticava os homens por esperarem pela mulher perfeita. Lá dizia que os homens que terminavam um caso mal resolvido se prendiam a esse caso e davam a “desculpa” que as mulheres subseqüentes nunca conseguiam superar aquela que se foi. Mas ora, se aquela que passou foi a melhor, quem seria obrigado a se contentar com algo pior?
Não acho que a busca pela perfeição seja inútil. Ela é impossível de ser alcançada? Ok, concordo plenamente – como já disse antes. Mas ela é útil, sim. E muito. Serve pra que você se torne cada vez melhor praquele que você ama, e que lhe ama de volta. Isso o estimulará a melhorar por e para você também.
No final das contas, o raciocínio é o seguinte: se você não é perfeito, não se conforme com a sua imperfeição. Se você não é o Príncipe/Princesa Encantado(a), o que lhe impede de se esforçar o máximo para chegar o mais perto possível de ser perfeito pra alguém?
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Comodismo não é condição humana. É só uma escolha.