quinta-feira, 26 de março de 2009

Sentimental



Pensem numa pessoa depressiva vendo esse show via internet!

E até que tava indo bem, na medida do possível... mas tem pessoas que simplesmente não sabem o que querem da vida.
Isso é a vida, meus caros.

Cabeça erguida.

Eu disse, e nem assim se pôde evitar...

domingo, 8 de março de 2009

A mulher ideal

Idealistas, hoje em dia, são (somos) uma raça em extinção. Não somente pelo fato de que todo mundo só pensa no seu lado da história, mas também porque ideais não existem. É, era o que eu achava, principalmente quando pensava em como poderia ser a mulher perfeita.

Ah, mas isso era justificável, afinal o meu estereótipo daquele ser perfeito seria uma mulher que deveria – necessariamente – ser agradável, que tivesse palavras doces, certas, corretas e bem colocadas; deveria ser, ainda, amigável, sabendo dividir risadas sempre, mesmo nas situações demasiadamente inesperadas, ou tristes; tinha, obrigatoriamente, que ser alguém que te fizesse sentir bonito, elegante, charmoso ou ainda – e mais importante – especial de algum modo.

Ela deveria ser bonita também, porque a beleza pode não ser primordial, mas com certeza ajuda bastante! Precisaria ser independente, mulheres modernas tem um chamativo irresistível aos olhos de qualquer homem que sabe o que quer.

A mulher ideal tinha que ser um desafio, acima de tudo. Os desafios te prendem, te fazem perder a cabeça, não perder o foco!

E então, qual é o ponto chave disso tudo?

...

Percebi, minha cara, que estereótipos existem para ser derrubados. Fazer descobertas como essa são o grande prazer da vida. E este eu derrubei quando percebi que o desafio não está em achar a mulher que se encaixa nos seus planos. A mulher ideal é aquela que destrói eles todos, te tira o chão e te leva pro céu. A mulher ideal te tira do plano cartesiano, ela te faz voar.

A mulher ideal é aquela que você deixa ser. A mulher ideal pode, até, ser você!

Não é à toa que elas têm o seu próprio dia.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Descoberta

Hoje acordei com a impressão de que não era um dia comum aquele que estava por vir, e são nessas horas que eu gostaria de estar errado – como quase sempre estou. Olhei para o espelho, mas meu rosto parecia diferente. Algo duro naqueles traços de barba mal feita me pareceu estranho, e aqueles meus olhos, que antes tão castanhos e felizes foram, pareciam frios. Congelados. Duma palidez quase cinza.

Então foi que percebi. Havia mudado alguma coisa, sim. Mas não só no rosto. Aquele frio era o meu gelo. Aquele das paredes que me guardavam da vida. E confesso já não querer mais viver sem elas. Não por falta de coragem, esta eu já tive muita, mas por falta de esperança – a qual também já me acompanhou por muito tempo, mas a deixei de lado. Sim, abandonei-a. A caminhada do lado da esperança é mais dura, ela te faz acreditar que a vida pode ser mais doce, quando o que te toca a língua e o gosto podre da realidade.

Acho até mesmo que essas duas andam mancomunadas, a vida e a esperança. Sim. Pensem bem como os caminhos que a vida te força a seguir te fazem dar a luz às esperanças mais absurdas possíveis. Como por exemplo, quando te coloca no caminho de um alguém especial. Alguém que te completa. Alguém que te gosta. Alguém que o mundo – e a própria bandida da vida – sabe que é teu por direito, mas te priva do poder de tê-la junto a ti. O motivo nem importa, ele pode vir manifesto das mais diversas formas. O que faz a diferença é quando a esperança aparece e te faz pensar que aquela pessoa pode ainda ser tua. Mesmo sendo irracional o fundamento pra isso. Mesmo que este nem exista. A esperança te faz vê-lo. É como se ela te fizesse ficar cego, mas ao contrário.

É. É isso, mesmo. Minhas paredes formaram um castelo inteiro. Fiz a minha descoberta: meu castelo de gelo foi a vida quem construiu, com tijolos de esperança e cimento de decepção.

Soraya e eu

Soraya foi sempre uma mulher e tanto. Daquele tipo exótico, que de primeira, a gente nem repara, mas depois, nem se compara. Lembro daquele primeiro dia de aula – quente como sempre o é – depois de dormir a primeira aula toda, reparei aquela presença nova por entre os meus colegas de turma. Era uma menina bonita, mas com uma beleza comum. Nem reparei que ela estava sentada à terceira cadeira, com certeza era uma "delas".
O problema é que a gente sempre erra, um dia ou outro. Aquele era o meu. Descobri isso quando resolvi – sabe-se lá o porquê – sentar atrás dela. E me veio o sorriso. O sorriso mais lindo de todos, com os incisivos inferiores milimetricamente encurvados, os superiores muito bem alinhados, envoltos por lábios pequenos e rosados. Um sorriso sincero, simples. Irresistível. E conversamos, conversamos, conversamos. Ela permaneceu pouquíssimos dias em minha sala, para o meu desgosto.
Nos vimos pouco, conversamos muito. O tempo passou, e com ele me veio a percepção da beleza que tinha aquela mulher, não pelo que os outros viam nela, mas pelo que ela se permitia mostrar aos outros. E mostrou-me sua beleza mais profunda, que ia além daqueles cabelos castanhos, lisamente ondulados, que encobriam a boca pequena, um nariz que – até então – guardava um ossinho desviado (o que dava um charme e tanto) e os olhos castanhos, profundos, sinceros e sedutores demais para mim.
Soraya mostrou-me a beleza da alma que tinha, com palavras doces, conversas confortáveis, mensagens à noite, saudades constantes e a amizade – que eu nunca quis que existisse por si só.
Tenho a certeza de já ter conhecido mulheres e tanto antes, mas depois de Soraya, todas me pareceram sem-graça, sem sal ou açúcar, sem chilli. É o tipo de mulher que marca, deixa tatuado na alma o seu nome.
Inteligência. Carinho. Beleza. Sabedoria. Amizade.
É, Soraya sempre foi a combinação ideal. E acreditem, ela existe!

Brincadeiras

Eram amigos, ela e ele, já havia algum tempo. E aquele ar de romance já, há muito, não se notava mais – pelo menos era o que pensavam. Costumavam conversar, esporadicamente, como sempre faziam: ele cheio de galanteios, e ela armada de rodeios – daqueles sórdidos, puro charme!
Resolveram, então, brincar de se gostar.
E brincaram de gostar. Brincaram de beijar. Brincaram de sentir ciúme. Brincaram de fazer carinhos. Brincaram de ser cúmplices. Brincaram de ser amigos. Brincaram de não imaginar-se sem o outro. Brincaram de brigar, várias vezes. Brincaram de fazer as pazes. Brincaram de amar. Amaram brincar.
E, brincando, o tempo foi-se passando... e os dois naquele jogo. Até que chegou a hora de brincadeira terminar.
Acabou a hora do recreio? Como aquelas duas crianças conseguiriam viver sem a sua brincadeira? Não era nada sério, mas era a primeira coisa que lhes vinha à cabeça quando acordavam, todos os dias, já há tanto tempo.
Enfim, era aquele ar de romance, que antes de começarem a brincadeira, já havia desaparecido, voltou a dar o ar de sua graça... ele não podia parar de imaginar aquela imagem de cabelos pretos envolto em mechas californianas, acompanhado daqueles olhos puxados, seguidos de bochechas fartas e um sorriso pequeno, milimetricamente desenhado. E ela não conseguia esquecer a mão que passeava de seu rosto até sua nuca, enquanto brincavam de beijar, e daqueles puxões leves em seus cabelos que ele costumava dar.
"Então, é hora da brincadeira terminar!" Pensou ele, quando resolveram, os dois, conversar. E a resposta mais sincera lhe iluminou o resto dos dias:
"É! Cansei de brincar de sentir saudade!"